Duas mulheres que foram vítimas de ofensa racial na sede do clube Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) irão receber R$ 12 mil de um comerciário. A decisão, que cabe recurso, é da juíza Raquel Bhering Nogueira Miranda, em cooperação na 18ª Vara Cível de Belo Horizonte. Em consequência do mesmo incidente, o réu também já foi condenado em outubro de 2009 à pena de um ano de prestação de serviço comunitário pelo crime de injúria.
A ofensa racial ocorreu em fevereiro de 2003, quando as mulheres foram à AABB para participar de um churrasco de confraternização de estudantes da PUC/MG. Consta na decisão que a dupla se sentou em um banco próximo das piscinas e foram agredidas verbalmente pelo réu ao serem chamadas de crioulas e alvo de insinuações quanto ao excesso de peso, entre outras ofensas. Na ação, as mulheres afirmaram que se sentiram bastante constrangidas e tristes quando as pessoas ao redor começaram a olhar para elas.
O comerciário se defendeu dizendo que havia ocupado a mesa anteriormente e, ao deixá-la por alguns minutos, o local foi tomado pelas mulheres e outras pessoas. Afirmou que, ao informar às autoras da ação de que o lugar já estava ocupado, elas não quiseram sair, o que resultou em uma discussão entre as partes. O réu assegurou que jamais ofendeu as mulheres. Por fim, disse que, quando elas decidiram deixar a mesa, uma pessoa que as acompanhava o chutou nas costas. Porém, a juíza lembrou na decisão que o réu já foi condenado anteriormente pelo crime de injúria contra as mesmas autoras.
O valor total da indenização será dividido igualmente entre as duas mulheres.
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