O sócio-proprietário da Hipolabor Ildeu de Oliveira Magalhães, uma farmacêutica e administradora de empresas do Hipolabor estão sendo investigados pelo Ministério Público de Roraima pela morte de trezes recém-nascidos no Hospital Estadual Nossa Senhora de Nazaré, em 1996. Os laudos das mortes das crianças indicam septicemia (um tipo de infecção geral ocasionada por bactérias).
Nos boletins de análise dos óbitos ficou constatado que medicamentos de fabricação do Hipolabor Indústrias Farmacêuticas, e que foram ministrados nas crianças, tenham sido contaminados. Segundo o processo, eles apresentaram condições “insatisfatória em relação ao aspecto e ao ensaio de endotoxina bacteriana”. Em 1996, a Vigilância Sanitária interditou o laboratório por irregularidades no processo de obtenção de água para injetáveis.
O Ministério Público Estadual (MPE) investiga a participação de outros suspeitos no esquema fraudulento que teria rendido até R$ 100 milhões a proprietários e funcionários da Hipolabor Farmacêutica. Na investigação do Ministério Público de Roraima outras pessoas são investigadas.
Operação
A Operação Panaceira, deflagrada no último dia 13, contra a empresa Hipolabor Farmacêutica levou a prisão dos donos do grupo, Ildeu Magalhães, 55, e Renato Alves da Silva, 40. Eles são acusados de sonegação fiscal, fraude em licitações e adulteração de medicamentos. Eles ficaram presos apenas oito dias, sendo liberados no dia 23 de abril.
O Ministério Público entrou nesta terça-feira (26)com um embargo declaratório no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para recorrer de um pedido de habeas corpus impetrado pelos sócios-proprietários da empresa Hipolabor, que suspendeu as investigações do caso. O TJMG tem até a próxima terça-feira (3) para dar um parecer sobre a decisão. "Esperamos voltar às investigações e assim ouvir os envolvidos dessas mortes (de Roraima). Toda essa denúncia será anexada ao processo de investigação contra a farmacêutica", afirmou um dos promotores responsáveis pelas investigações Renato Froes.
Para o promotor, o sócio-proprietário da Hipolabor é um dos principais responsáveis pelas adulterações dos medicamentos. "O Ildeu era a linha de frente da área técnica da farmacêutica de produção, o que o coloca como responsável pelas adulterações dos medicamentos", acrescentou o promotor. A promotoria acredita que outras mortes possam ter ocorrido devido a alteração nos medicamentos produzidos pela Hipolabor, uma vez que o principal público alvo da empresa é a rede pública de saúde. Sendo assim, muitos casos podem ainda nem terem sido investigados.
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