A operadora de telemarketing que negou ajuda à um comerciante que ligou para o serviço 190 de Aracaju, em Sergipe, foi demitida. A informação é do coronel Salvador Sobrinho, coordenador do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública.
O homem, que era dono de um depósito de bebidas, desconfiou de dois motoqueiros que estavam parados em frente ao estabelecimento. Ele solicitou a presença da polícia, mas a atendente pediu mais informações que ele não poderia dar. A polícia não foi até o local e, quando o comerciante saiu, ele foi abordado por assaltantes, baleado e morto.
Há menos de um ano, o serviço de atendimento de emergência em Sergipe é terceirizado. A sua ligação foi atendida no centro de operações em Segurança Pública, por uma funcionária de uma empresa de telemarketing.
As ligações são atendidas por 16 atendentes que repassam as ocorrências para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Instituto Médico Legal (IML). Porém, o socorro só é enviado quando esses funcionários acham necessário.
De acordo com o sargento Jorge Vieira, da Associação de Militares de Sergipe, os chamados devem ser atendidos por policiais preparados.
Confira o diálogo, da ligação que foi gravada:
Comerciante: Bom dia, aqui tem dois motoqueiros parados só de olho. Tem mais de cinco minutos. Atendente: Eles estão fazendo algo suspeito? Comerciante: Para mim, estão fazendo algo suspeito. Se é motoqueiro, é suspeito ficar parado há muito tempo. Eles não são moradores da rua. Estão parados há muito tempo e não tiram os capacetes da cabeça. Não tiram o capacete. Atendente: A placa da moto? Comerciante: Eu não vejo. Não posso ir até lá ver. Só sei que ele está parado olhando. Atendente: O senhor visualizou a característica dos indivíduos? Comerciante: Não. Não conheço. Estão com capacete na cabeça, como é que vou saber? Atendente: Eu peço que o senhor tenha as características do indivíduo para me passar. Comerciante: Está certo. Está bom. Tchau.
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