Polícias Civil e Militar apreendem 70 mil CDs e DVDs piratas

CARATINGA - Há muito tempo a pirataria tomou conta de várias mercadorias em todo o país, principalmente dos CDs e DVDs. Vários artistas reclamam do prejuízo de gravarem uma mídia original e pouco tempo depois já estar nas ruas, falsificadas, vendidas por um valor bem mais baixo.
O Ministério Público decidiu agir contras estes comerciantes e várias apreensões estão sendo realizadas em todo o estado.
Na quinta-feira em Governador Valadares foram 11 mil mídias apreendidas pelas polícias em parceria com o MP, no centro da cidade e em três bairros de periferia.
E ontem a operação aconteceu no Centro da cidade de Caratinga. Logo cedo vários policiais militares e civis estiveram no Shopping Popular e em mais duas barracas da área central.  Foram apreendidos 70 mil mídias entre CDs e DVDs. A PM confeccionou 23 boletins de ocorrência, 15 pessoas foram conduzidas para a delegacia e para não ficarem detidas precisaram pagar a fiança de R$ 545. 
Em entrevista por telefone ao DIÁRIO DE CARATINGA, o promotor Herman Araújo Resende, responsável pela 1ª Promotoria de Justiça da comarca de Caratinga, disse que a operação na cidade realmente partiu do Ministério Público, com a participação das duas promotorias criminais, em parceria com as Polícias Militar e Civil. “É uma operação nacional, houve uma orientação da procuradoria de BH, que solicitou que entrássemos nesta campanha contra a pirataria de mídias”, disse o promotor.

O OUTRO LADO DA PIRATARIA
Se de um lado estão os artistas prejudicados com a falsificação de seus trabalhos, do outro estão as pessoas que sobrevivem da venda de produtos pirateados. 
Quando os policiais chegaram ao Shopping Popular para cumprir a determinação do Ministério Público e apreender os CDs e DVDs, muitos comerciantes ficaram apavorados.
Um comerciante, que preferiu não se identificar questionou quando a polícia estava recolhendo os materiais, perguntando por que os políticos que roubam, desviam dinheiro da sociedade, não são presos. “Aqui mesmo em Caratinga, tem um monte de político corrupto, vários vereadores envolvidos em desvio de dinheiro, a Câmara tá uma vergonha. Por que eles não são presos?”, perguntou indignado o comerciante.
Maria de Lourdes, 39 anos, que trabalha no Shopping Popular, teve todas as mídias de seu box apreendidas, mas mesmo sabendo que a pirataria é crime, reclamou da operação. “Eu sei do risco que a gente corre, mas não temos opção de trabalho, por isso estamos aqui”, disse.
Paulo Roberto, 39, que também trabalha como camelô falou da sua revolta com as apreensões. “Isso aqui é a nossa fonte de renda; tenho muitas contas para pagar, preciso sustentar minha família e estou trabalhando. As contas estão vencendo. Como vou pagar agora? Por que a polícia não prende quem está roubando ou fazendo coisa pior? Tem muitas outras coisas para se preocuparem”, disse Roberto.
Todos os comerciantes que trabalham com este ramo foram levados para a delegacia e precisaram pagar uma multa de R$ 545. 

fonte diario de caratinga