Ao contrário do que consta no contracheque do mês de dezembro, a gratificação de desempenho foi cortada no demonstrativo salarial do mês de janeiro. Esta é a situação de 17 profissionais da área odontológica que prestam serviços pela Prefeitura de Caratinga no Centro Odontológico. O corte representa 27,11% do salário, uma medida, que segundo a classe, foi tomada pelo órgão público sem aviso prévio e justificativa plausível.
A definição de salário e gratificações vigorava desde 1994, quando foi realizado o primeiro concurso público para a ocupação dos cargos. Segundo Roseneide Heringer Motta, o que é denominado gratificação deveria estar incorporado ao salário, porém, há 17 anos o modelo adotado vigorava, somente na gestão do prefeito João Bosco Pessine que houve a mudança, que originou o corte no salário. No concurso público prestado na época, estava a garantia de recebimento de sete salários, mas para ajustar os valores ficou acordado que 27,11% seria pago como gratificação por desempenho.
Após a surpresa desagradável, a classe informou que as negociações junto ao órgão municipal foram iniciadas no segundo semestre de janeiro deste ano, mas em vão. A justificativa apresentada pela Prefeitura na época, de acordo com os profissionais, era de que seria necessário realizar cortes na área da saúde para um ajuste financeiro. Mas a classe não aceitou, diante do salário já defasado e do acordo realizado ainda no primeiro concurso público.
Após frustradas negociações, a classe se uniu e a partir desta terça-feira (01/03) os atendimentos serão reduzidos. Um impacto relevante para a população.
Até o mês de fevereiro deste ano, cada profissional realizava sete atendimentos diários. Os 17 profissionais estavam responsáveis pelo atendimento de 119 pacientes por dia.
A partir deste mês de março serão apenas quatro atendimentos. De 119 serão atendidos 68 pacientes.
Desde a sua implementação, o Centro Odontológico de Caratinga se consolidou no atendimento. Em 2008, na gestão do ex-prefeito Ernani Campos Porto, Caratinga recebeu o prêmio Brasil Sorridente, consolidando-se como referência nacional. Dentre inúmeros pré-requisitos para alcançar o resultado, além da qualidade no serviço prestado, até mesmo as condições salariais das equipes de Saúde Bucal foram analisadas. O corte no salário e a diminuição no atendimento podem representar a saída de Caratinga nos trilhos de mais uma premiação e o comprometimento no serviço prestado à população.
Diante do impasse e conforme destacado pela profissional que atua há mais de 15 anos na área, a classe se sentiu no dever de expor a situação aos caratinguenses, já que todas as medidas foram tomadas afim de evitar esta diminuição, porém sem sucesso, tendo em vista que até este último dia do mês de fevereiro não houver qualquer resposta ou negociação.
Os 17 profissionais diretamente afetados agora contam com o respaldo da Sindicato dos Odontologistas de Minas Gerais e pretendem buscar os seus direitos em prol da valorização profissional. Está prevista para o dia 11 de março uma nova reunião, com a presença do presidente da unidade sindicalista, afim de analisar a situação e buscar através de meios legais uma solução para o problema.
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