O chefe de residência do curso de Otorrinolaringologia do Hospital da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e os dois filhos dele, médicos de sua equipe, são investigados pela Polícia Federal por suspeita de coagirem alunos residentes a trabalharem de graça em uma clínica particular.
De acordo com o delegado chefe da delegacia, Pacífico Martins, as investigações começaram há cerca de 15 dias, depois que dois alunos que desistiram do curso fizeram denúncia do esquema ao Ministério Público.
“As investigações constatam que eles os alunos são coagidos a trabalharem de graça nas clínicas. Aqueles que não aceitam o esquema ficam sujeitos a punições, como por exemplo, serem impedidos de participarem das cirurgias mais importantes no hospital, atividades que são importantes para a carreira deles”, afirmou o delegado. Segundo Martins, sete alunos confirmaram a denúncia e eles estariam sendo forçados a cumprirem uma carga horária semanal de mais de 60 horas.
“As vezes eles passavam mais de dez horas trabalhando na clínica, sem direito a lanche, tinham que acordar por volta das 5h da manhã para buscarem enfermeiro, tudo isso de graça. Se fosse algo voluntário, tudo bem, mas é tudo mediante coação”, relatou a autoridade.
Os três médicos devem responder pelo crime de concussão, quando a pessoa tira vantagem da função que exerce. O inquérito deve ser concluído em um prazo de trinta dias.
Situação irregular
Durante as diligências no Hospital da UFU, um boliviano foi encontrado exercendo a medicina em situação irregular. De acordo com o delegado, o pai dele teria sido o responsável por conseguir a vaga na unidade.
O boliviano formou-se médico em seu país e não tem os documentos necessários para exercer a profissão no Brasil, segundo informado por Martins. O delegado informou ainda que ele deverá ser afastado por exercício ilegal da medicina.
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