A Polícia Civil (PC) investiga o envolvimento de comerciantes num esquema de produção e venda de isqueiros adulterados em Itabirinha, no Vale do Rio Doce. Nessa segunda-feira (21), a polícia estourou, por meio de mandados de busca e apreensão, uma fábrica clandestina onde era feita a produção ilegal. No comércio local, os isqueiros eram vendidos livremente como novos e originais.
O que mais chamou a atenção dos policiais é que os isqueiros eram recarregados com gás de cozinha e com a mão de obra de crianças e adolescentes de 12 a 16 anos, expostos ao perigo de uma explosão. Segundo as investigações, os menores recebiam em média R$ 50 por mês e estavam cientes da irregularidade, mas alegavam falta de dinheiro e de oportunidade no mercado de trabalho. Três adultos que trabalhavam no local foram presos e levados para a delegacia, mas pagaram fiança e foram liberados. Já o proprietário da fábrica está viajando e ainda não foi localizado. Nenhum dos funcionários tinha carteira assinada.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Iure da Mota, mais de quatro mil isqueiros eram vendidos por mês nos comércios da região. O delegado suspeita que os comerciantes estejam envolvidos no esquema, já que vários isqueiros foram apreendidos nos estabelecimentos, embalados em cartelas originais. "Os envolvidos reaproveitavam os isqueiros descartáveis originais e enchiam com gás de cozinha e até colocavam o selo de controle de qualidade do Inmetro e código de barras". Ainda segundo a polícia, para uma pessoa leiga, era praticamente impossível notar as diferenças entre os isqueiros descartáveis novos e os recondicionados. O delegado investiga ainda como os suspeitos adquiriam os isqueiros descartáveis.
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