Famílias dos presidiários em caratinga fazem manifestação e pedem Justiça

As manifestações começaram na porta do Fórum no início da tarde desta sexta-feira (21). Nos cartazes a frase: Justiça Sim, Tortura Não. O filho de Lurdes está preso há mais de dois anos. Desesperada, ela demonstra medo e revolta de saber que o filho está sendo maltratado. E pediu explicações do Diretor de Segurança do Presídio, Nilton Rodrigues Júnior. “Sei que meu filho está sofrendo. Eu quero justiça”.

Frei Mariano é um dos representantes da Pastoral Carcerária da Igreja Católica. Ele conta que todas as quintas feiras a Pastoral visita os presos. Mas nesta quinta-feira, eles foram impedidos de entrar no Presídio, o que causou mais revoltas as famílias dos presidiários. “Todos nós queremos saber o que está acontecendo lá dentro. Fiquei preocupado porque impediram nossa entrada”.

A manifestação foi resultado de informações que circulam na cidade que de nesta semana está acontecendo um início de rebelião no Presídio. As manifestantes afirmaram que albergados, presidiários que apenas passam a noite no presídio, contam que na madrugada desta quinta-feira, os presos foram expostos ao frio sem roupas e receberam castigos do Diretor de Segurança da Unidade, Nilton Rodrigues Júnior.

Elaine Cristina é a esposa do Agente Penitenciário Sérgio Luiz Ferreira dos Santos, que fez as primeiras denúncias de tortura e abuso de poder. Em uma publicação da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, foi divulgado que o agente Sérgio havia recebido ameaças de morte por ter feito as denúncias. "Ele sofre muitas represálias, inclusive dos outros agentes", acusa a dona de casa.
Na mesma publicação o Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Durval Ângelo, solicitou a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social que apure o caso, ouça o agente e lhe dê garantias de vida. Na tarde desta sexta-feira os manifestantes seguiram para a porta do presídio de Caratinga em busca de ouvir diretamente do Diretor de Segurança Nilton Rodrigues Júnior. Mais uma vez ele não quis se pronunciar. Eram mais de quatro horas da tarde e representantes da Corregedoria ainda estavam em reunião em portas fechadas.