DEL REY CALÇADOS CARATINGA

DEL REY CALÇADOS CARATINGA
DEL REY CALÇADOS RUA RAUL SOARES 40 EM CARATINGA TELEFONE 3321-1437

SUPER CABO TV CARATINGA

SUPER CABO TV CARATINGA
SUPER CABO TV CARATINGA 3322-7799

CANTOR ZHEN (CARATINGA)

CANTOR ZHEN (CARATINGA)
CANTOR ZHEN (CARATINGA)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Em carta, vigia diz que foi torturado para acusar ex de matar Mércia



O vigia Evandro Bezerra Silva, de 38 anos, afirmou em entrevista ao G1 que foi torturado para prestar um novo depoimento à Polícia Civil e acusar o advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza, de 40 anos, ex-namorado de Mércia Nakashima, pelo assassinato da advogada.


“À noite me levarão [SIC] pros [SIC] fundos, meteram um saco plástico na minha cabeça, enrolaram com fita crepe e me disseram que eu tinha que acusa [SIC] o Mizael, que não pegava nada para mim. Eu ainda resisti um pouco, cheguei a dismaia [SIC], jogarão [SIC] água na minha cara, me puzero [SIC] de novo o saco plástico e disserrão [SIC] que quando eu quizesse [SIC] falar, era para eu bater o pé, não aguentei!”, escreveu Evandro ao responder a pergunta feita pela reportagem sobre o motivo que o levou a declarar que não tinha participado do homicídio e depois mudar a versão. Apesar disso, ele não informa quem seriam os seus supostos torturadores.
As polícias civis de Sergipe e de São Paulo negam qualquer tortura praticada contra Evandro. Considerado cúmplice de Mizael e indiciado juntamente com o ex por envolvimento no crime, o vigia havia sido preso em 9 de julho no interior de Sergipe. Lá, ele negou saber da morte de Mércia aos policiais sergipanos. Depois, na presença da polícia paulista, passou a dizer que Mizael matou a ex por ciúmes numa represa em Nazaré Paulista, interior de São Paulo, em 23 de maio. O vigilante também contou em depoimento ter ajudado o criminoso na fuga, ao dar carona para ele.
Para confirmar as informações prestadas acima por Evandro, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) filmou e gravou as declarações do segurança, que não aparentava sinais de agressão e falava tranquilamente com o delegado Antonio de Olim. Outras testemunhas também estavam presentes.
"No calor da apresentação na delegacia, o Evandro disse o que ele quis. Só que ao mostrar as evidências ou ele negaria ou ele tentaria adequar a versão para minimizar a participação dele, como ele fez. Ele disse que não matou a Mércia, apenas socorreu o amigo que estava sozinho na beira da represa", afirmou o diretor do DHPP, Marco Antônio Desgualdo, na semana passada.


'Confessaria qualquer coisa'
Apesar disso, Evandro voltou atrás mais uma vez a respeito do que falou à polícia. Em um questionário enviado na sexta-feira (16) ao segurança pelo G1, por meio de seu advogado José Carlos da Silva, ele escreveu que mentiu ao dizer que foi seu “ex-patrão” que matou a advogada. “É mentira. O meu depoimento certo foi o primeiro, que dei em Canindé [de São Francisco, a 200 km da capital Aracaju],e na frente da imprensa. Depois, eu fui pressionado de um jeito que confessaria qualquer coisa”, alegou o vigia, que respondeu de próprio punho a 17 perguntas feitas pela reportagem em duas folhas de papel.
Para comprovar a veracidade das informações serem mesmo de Evandro, policiais disseram à reportagem que a letra nas folhas é parecida com a do vigilante. O G1 também comparou a assinatura na carta com a que o vigilante deixou nos depoimentos oficiais e verificou que há semelhança entre elas.
Evandro respondeu ao questionário de dentro da carceragem do 1º Distrito Policial, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Lá, ele escreveu que aceitou “responder essas perguntas com minha própria letra porque não aguento mais ficar esperando o juiz me chamar para eu falar a verdade e esplica [SIC] que fui forçado a falar mentira”.
De acordo com o advogado de Evandro, as autoridades têm de apurar as denúncias feitas pelo segurança. “Também devo entrar com um pedido de habeas corpus contra a prisão de meu cliente”, afirmou o defensor José Carlos da Silva.
O crimeMércia foi vista pela última vez na casa dos seus avós, em Guarulhos, na Grande São Paulo, em 23 de maio. O carro da advogada foi localizado submerso no dia 10 de junho em uma represa em Nazaré Paulista, após denúncia feita por um pescador que viu o carro entrar na água. No dia seguinte, o corpo da mulher foi encontrado no mesmo local.
Mizael chegou a ter a prisão temporária decretada, mas ela foi revogada pela Justiça, que também negou pedido de prisão preventiva para o ex. O advogado também nega o crime.
O DHPP pretende ouvir Mizael e Evandro novamente e fazer uma acareação entre os dois, provavelmente na terça-feira (20).




Leia abaixo, íntegra da entrevista feita com Evandro:
G1 - Como o senhor tem passado esses dias preso? No que tem pensado?Evandro Bezerra Silva – Passo mal. Mas confio em Deus. Sei que a minha inocência vai aparecer. A justiça da terra falha, mas Deus sabe a verdade. Que eu não participei de nada disso.G1 - A polícia informa que em seus depoimentos o senhor ouviu de Mizael que ele queria matar Mércia. Isso é verdade?Evandro – É mentira. O meu depoimento certo foi o primeiro, que dei em Canindé [de São Francisco, a 200 km da capital Aracaju] e na frente da imprensa. Depois, eu fui pressionado de um jeito que confessaria qualquer coisa.G1 - A polícia informou que o senhor disse em depoimento ter buscado Mizael Bispo de Souza na represa em Nazaré Paulista em 23 de maio. Isso é verdade?Evandro – Tudo mentira. Só meu primeiro depoimento é verdadeiro.G1 - Mizael nega que o senhor o tenha buscado em 23 de maio na represa. Quem mente? Ele ou o senhor?Evandro – Não sei o que ele [Mizael] fala, mas isso que eu não fui busca [SIC] ele na represa é verdade.G1 - O que gostaria de dizer a Mizael?Evandro – Que eu não acusei ele nem ninguém, pois não sei quem foi. E que o depoimento no Sergipe não é [SIC] minhas palavras. Só a primeira vez é verdade, as outras fui obrigado a dar.G1 - A polícia diz que o senhor fugiu ao saber que era apontado como suspeito. Depois teve a prisão temporária decretada. Qual foi o motivo de o senhor se ausentar de São Paulo e por que não se entregou à polícia ao saber que era procurado?Evandro – Eu não fugi. Vou sempre para lá nas festas juninas. Já é tradição. Todo ano. Quando eu viagei [SIC] não sabia que era suspeito e nem sei se tinha alguma ordem pra mim [SIC] prende [SIC]. Viagei [SIC] dia 12 de junho quando fiquei sabendo que tinha ordem de prisão pensei em me apresentar, mas achei que isso tinha que ser aqui em São Paulo. E pessoas da minha família me aconselharão [SIC] para só me apresentar aqui com advogado. Tive que esplicar [SIC] pra minha família que sou inocente. Tem várias pessoas aqui de Guarulhos mesmo que sabe que a minha viajem já estava programada. Elas pede [SIC] ser testemunha [SIC].G1 - Mesmo assim a polícia o indiciou por participação na morte de Mércia. O senhor acha isso justo? Cometeu algum crime?Evandro – Acho injusto, sou inocente, não participei de nenhum crime.G1 - Num primeiro depoimento, após ter sido preso, o senhor negou qualquer envolvimento com o crime. Depois, mudou a versão. Por quê?Evandro – Porque fui torturado. À noite me levarão [SIC] pros [SIC] fundos, meteram um saco plástico na minha cabeça, enrolaram com fita crepe e me disseram que eu tinha que acusa [SIC] o Mizael, que não pegava nada para mim. Eu ainda resisti um pouco, cheguei a dismaia [SIC], jogarão [SIC] água na minha cara, me puzero [SIC] de novo o saco plástico e disserrão [SIC] que quando eu quizesse [SIC] falar, era para eu bater o pé, não agüentei!
G1- O que realmente aconteceu em 23 de maio? O que o senhor fez naquele dia? O que viu? O que ouviu?Evandro – Não sei o que aconteceu e não lembro o que fiz no dia 23 de maio, mais [SIC] como tão [SIC] mi [SIC] acusando nesse dia, olhei na folhinha e vi que era domingo e geralmente todo domingo eu trabalhava na feira, e ia para igreja. Ficava com os meus filhos.G1- O senhor sabe quem matou Mércia Nakashima? Quem foi?Evandro – Não sei. Só sei que não foi [SIC] eu e que não participei de nada disso que tão [SIC] dizendo.
G1 - O que gostaria de dizer a família de Mércia?Evandro – Não gostaria de dizer nada. Mais [SIC] tão [SIC] mim [SIC] acusando de uma cosia que eu não fiz. Só digo que eu não tenho nada com isso e não sei porque me acusam. Eu conhecia a Mércia de vista. Vi ela junto com o Mizael na campanha política que eu fazia segurança pra todo o pessoal. Não sabia nem o nome dela. Jamais faria qualque [SIC] coisa contra ninguém. Muito menos contra uma pessoa a que eu nem conhecia. Não tinha motivos para faze [SIC] nada. Nem ia ajudar ninguém por mais amigo que fosse.
G1 - O que gostaria de dizer a sua família, senhor Evandro?Evandro – Nunca recebi dinheiro. Que continue confiando em mim, pois sou inocente. Não fiz nada do que tão [SIC] dizendo.G1 - O senhor recebeu algum dinheiro para pegar Mizael na represa?Evandro - Nunca recebi dinheiro nenhum e não participaria de nada errado por dinheiro.G1 - Em depoimento, o senhor disse que por diversas vezes tentou impedir Mizael da ideia de matar Mércia.O que dizia a ele?Evandro – Se eu disse, foi no depoimento que não é meu, que fui coagidoG1 - Qual seu sonho agora?Evandro – Voltar par a casa e pra junto dos meus filhos que ama [SIC] muito.G1 - O senhor é amigo de Mizael? Ou não quer mais ser?Evandro – Não nego que conheço, mas não somos amigos. Temos um relacionamento profissional. Amigo, para mim, é quando a gente freqüenta a casa da pessoa, e pessoa [a] freqüenta a nossa casa, as famílias se reúne [SIC]. Isso não existia entre eu e ele. Nossas conversa [SIC] era sempre sobre serviço de segurança e eu via ele no posto que trabalho, quando ele ia abastecer o carro como um freguês normal do posto.
G1 – Tem mais alguma coisa que o senhor queria dizer e que eu não perguntei?Evandro – Só mais uma vez que eu não participei de nada disso, que sou inocente e que não quero ficar falando mais com a imprensa. Só aceitei responder essas perguntas com minha própria letra porque não agüento mais ficar esperando o juiz me chamar para eu falar a verdade e esplica [SIC] que fui forçado a falar mentira. Meu advogado Dr. José Carlos disse que tá fazendo tudo pra me tira [SIC] daqui, pra mim [SIC] responde [SIC] em liberdade. Acredito que meu Deus vai dá [SIC] uma luz pra [o] juiz na hora dele resolver minha liberdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário