Histórias Reais Rosângela (curitiba pr)

Minha história começa quando meu namorado decidiu seguir sua vida sem mim. Foi a primeira vez em 26 anos que eu sofri por amor. Foram 2 meses de sofrimento: tudo o que eu fazia era chorar, noite e dia... comecei a fumar muito mais do que antes, não tinha vontade de sair do meu quarto, comia apenas o necessário, emagreci. O trabalho ia de mal a pior... eu, que sempre gostei de sair com meus amigos, me distanciei deles na ilusão de que o Fabio voltaria e, portanto, precisava estar em casa. Recusei-me a aceitar a ajuda deles. Não me reconhecia mais. Minha mãe, diante de tal situação, nada podia fazer a não ser rezar. E foi em Deus que me agarrei, pois não tinha outra pessoa que pudesse me ajudar a não ser ele. Todas as noites eu rezava e, quando não pedia o Fábio de volta, pedia para tirá-lo do meu coração, pois aquilo estava me matando. Deus parecia não me ouvir, pois não o trazia de volta, mas também não o tirava do meu coração. O momento crucial foi quando estive ao ponto de fazer uma cirurgia. Meu maxilar havia travado, me impossibilitando de comer ou até mesmo falar, o que levou a indicarem uma cirurgia na boca. Foi quando, em uma consulta com o cirurgião, eu descobri uma saída até então desconhecida. Ele foi mais que um médico: foi um amigo. Acredito que foi Deus que o colocou no meu caminho. Ele me disse: Rosângela, o seu problema é emocional, e se você não resolvê-lo, de nada vai adiantar a cirurgia. Entre palavras trocadas numa consulta que durou em torno de uma hora, ele me disse tudo que eu precisava ouvir e concluiu: quando você tiver um problema que não é possível resolver, entregue a uma pessoa competente para isso. Entregue a Deus o seu problema e tenha certeza que ele se resolverá; talvez não da forma que você gostaria - e isso você tem que aceitar -, mas o importante é que o seu problema será resolvido e suas dores vão passar. E foi o que eu fiz em uma das orações: entreguei o término do namoro na mão de Deus. Foi então que comecei a me levantar. Por conta do sofrimento, havia perdido 7 kg, o que me ajudou a recuperar minha auto-estima, já que antes estava um pouco fora de forma. Com o tempo, descobri que Fábio não era nada daquilo que imaginava e comecei a esquecê-lo. Na verdade, eu comecei a me amar novamente e recuperei meu orgulho e meu amor próprio. Concluo que estes dois meses que fiquei trancada foram necessários para o meu crescimento. Talvez, se tivesse tentado me divertir, eu até conseguiria, mas acredito que não era essa a vontade de Deus. Sei que este momento foi doloroso, mas sem ele eu não me tornaria a mulher que sou hoje. Não quis outro alguém, não queria transferir o meu sentimento pelo Fábio para qualquer outro homem e isso aconteceria caso encontrasse um novo amor. Tive que aprender a me reconstruir sozinha. Só seremos felizes quando depositarmos nossa felicidade em nós. Eu sempre acreditei que a minha felicidade só seria completa se eu tivesse alguém do meu lado. Hoje eu descobri que sou muito feliz sozinha e que não dependo de ninguém para essa felicidade.