A justiça do futebol falhou neste domingo no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O Cruzeiro fez a parte dele. Ganhou fora de casa de virada por 2 a 1, mas as vitórias de Fluminense e Corinthians o mantiveram longe do título. Por outro lado, o Flamengo perdeu, mas viu o risco de queda desaparecer. Mesmo colecionando atuações ruins, o time teve ajuda dos adversários e está livre do risco de rebaixamento.
O Rubro-Negro está em 15º lugar e tem 43 pontos, dois a mais do que Atlético-GO e Vitória, que empataram com São Paulo e Inter, respectivamente. Porém, os dois times que estão abaixo se enfrentam na última rodada, o que dá a certeza de que o Fla escapa. Não por méritos próprios. Neste domingo, depois de abrir o placar com Diego Maurício, o time repetiu os erros das 36 rodadas anteriores e tomou a virada em gols de Roger e Thiago Ribeiro.
O Cruzeiro chega a 66 pontos e na última rodada precisa vencer o Palmeiras, em casa, e torcer para tropeços de Corinthians e Fluminense contra os rebaixados Goiás e Guarani.
Fla abre placar, mas não sustenta vantagem
A 120 km do epicentro da guerra urbana do Rio de Janeiro, o Flamengo encontrou em Volta Redonda o aconchego que precisava da torcida. Com o clima de tensão restrito à capital, o time entrou em campo ouvindo o hino no alto-falante do estádio e aplausos da torcida.
A partida começou com dez minutos de atraso. Depois de chutes de longe e para longe o Flamengo abriu o placar. Diogo deu ótimo passe para Diego Maurício na ponta direita. O atacante entrou livre, viu a saída de Fábio e tocou com categoria, aos nove.
O gol rubro-negro tornou o clima em campo ainda mais quente. Roger levou um encontrão de Renato e se chocou com a grade à beira do campo. No lance seguinte, Marquinhos Paraná revidou com um pisão no tornozelo do rubro-negro e por pouco não foi expulso.
A partida parecia controlada pelo Flamengo. Mas aos 15, Welinton cometeu falta em Thiago Ribeiro. Roger cobrou, a bola desviou em Ronaldo Angelim e enganou Marcelo Lomba.
O nervosismo trocou de lado. A torcida do Fla passou a pedir raça antes dos 30 minutos, e o time rubro-negro repetiu as fragilidades da campanha: meio-campo lento, sem criatividade e pouco combativo. Sorte que Montillo não estava em tarde inspirada. Thiago Ribeiro aproveitou bola mal rebatida pela zaga e por pouco não virou. Logo depois Henrique deu uma caneta em Diogo e chutou cruzado. Lomba espalmou.
Cruzeiro vira na etapa final
Apesar dos repetidos gritos por Petkovic, o gringo iniciou o segundo tempo no banco. Mas quem roubou a cena foi o árbitro Leandro Vuaden. Aos dois minutos, Willians foi empurrado na área em lance semelhante ao que provocou toda a polêmica de Ronaldo. O juiz mandou seguir. Logo depois, aos quatro minutos, Diogo girou na área e foi agarrado por Léo. O gaúcho ignorou a falta, deu cartão para o camisa 43 e passou a ser perseguido pela torcida rubro-negra.
A atuação apática do Cruzeiro só foi interrompida aos nove, quando Wellington Paulista finalizou de bicicleta, e Marcelo Lomba saltou para espalmar. De tanto insistir, a torcida rubro-negra conseguiu convencer Luxemburgo a colocar Petkovic.
As vitórias de Fluminense e Corinthians praticamente sepultavam as chances de o Cruzeiro ser campeão. E o time acusou o golpe. O Flamengo passou a dominar e por pouco Diego Maurício não virou aos 19.
Mas em um dos únicos lances que Montillo conseguiu se livrar da marcação, ele foi à linha de fundo e cruzou na segunda trave. Thiago Ribeiro ganhou de Welinton e cabeceou para o chão: 2 a 1 Cruzeiro, aos 23.
Pet não acertava um passe, Marquinhos idem. Luxemburgo tirou o segundo e colocou Val Baiano. A torcida do Cruzeiro debochou e passou a gritar “segunda divisão”. Montillo fez fila pouco depois, mas Wellington Paulista desperdiçou. No fim, pelo rádio de pilha, o Cruzeiro soube que o esforço foi quase em vão. Já o Flamengo, mesmo derrotado, enfim coloca ponto final no ano de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário