A história mostra, e os próprios torcedores sempre repetem que há coisas que só acontecem com o América-MG. Na tarde deste sábado, quase que a frase encontra mais um motivo para ser incorporada. Favorito à conquista da vaga na elite do Campeonato Brasileiro da série A, o Coelho – por muito pouco – não foi surpreendido pela Ponte Preta, em Campinas. O empate em 0 a 0 garantiu o acesso, mas não impediu que os torcedores americanos vivessem um verdadeiro drama.
Tudo porque a Portuguesa venceu o Sport, na Ilha do Retiro, com facilidade, por 2 a 0, e ameaçou – durante todo o tempo – a vaga do Coelho. Caso os mineiros sofressem um gol da Ponte Preta e perdessem a partida, a Lusa é que conquistaria a quarta vaga na primeira divisão de 2011, ao lado de Coritiba, Figueirense e Bahia.
Mas o sofrimento, em determinadas situações, traz uma satisfação maior. E o Coelho, longe da série A desde a distante temporada de 2001, não se importou com o sufoco e fez – após a partida – uma grande festa, dentro do gramado e nas arquibancadas do Moisés Lucarelli. A torcida americana, que era a maioria no estádio, vibrou como nunca com o retorno da equipe.
Agora, a diretoria do América-MG começa o planejamento para a temporada 2011. Com mais recursos, a tendência é que o elenco seja reforçado para a disputa do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro da série A. Já a Ponte Preta, com 48 pontos, se manteve na segunda divisão e também iniciará a preparação para a o Campeonato Paulista do ano que vem.
Drama mineiro e festa no fim
Para o América-MG, o empate já serviria. Assim, o time mineiro tentou impor um ritmo mais lento à partida, mas logo foi impedido pela Ponte Preta, que resolveu dar uma resposta à sua torcida, presente em número reduzido ao Moisés Lucarelli. A equipe campineira assustou a defesa americana em dois momentos e quase abriu o placar.
A situação do Coelho, que já estava difícil, se tornou dramática. A Portuguesa, que enfrentava o Sport, na Ilha do Retiro, saiu na frente no placar. Assim, se a Ponte vencesse, o América-MG perderia a vaga. E quase os mineiros se complicaram ainda mais. Em um escanteio da esquerda, o volante Leandro Ferreira, na tentativa de tirar a bola para a linha de fundo, acertou o travessão do próprio time e quase marcou um gol contra.
O time mineiro tentou sair para o jogo, mas encontrou muitas dificuldades, principalmente pela lentidão dos atacantes. Para apimentar ainda mais o confronto de Campinas, a Portuguesa, no Recife, fez 2 a 0. Mas molho para o segundo tempo.
Mas a segunda etapa continuou idêntica à primeira. A Ponte Preta seguiu em cima do Coelho, levando perigo ao gol de Flávio e deixando o torcedor americano com o coração na boca. O empate era tudo o que o América-MG queria, mas a ameaça da Macaca era constante. De repente, a partida ficou aberta, e as chances de gol, de ambos os lados, se multiplicaram.
Os técnicos, tanto Mauro Fernandes, pelo América-MG, quanto Givanildo Oliveira, pela Ponte Preta, alteraram suas equipes, em busca de maior mobilidade ofensiva. Porém, o resultado sem gols insistia em permanecer. Bom para o Coelho, que conquistava o objetivo.
Enfim, a festa mineira foi enorme. O América-MG conquistou a chance de mais uma vez figurar entre os 20 melhores times do Brasil. O time demonstrou força, garra e determinação para superar os obstáculos encontrados durante a competição. Mas o resultado foi justo para um grupo modesto, mas com muita vontade de voltar ao grupo de protagonistas do futebol brasileiro.
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