Depois de perder a mulher Eliézia, o filho Douglas, a neta recém-nascida Clarissa, e a casa no bairro Santa Rosa, em Teresópolis, o lavrador Edmar Gregório Rosa, de 44 anos, encontrou uma luz no fim do túnel quando não parecia mais possível. Ele estava abrigado no Estádio do Pedrão, sem notícias das duas filhas sobreviventes, a lavradora Letícia Rosa, de 19 anos, e a pequena Kailane Rosa, de 4. Com as feridas nos pés infeccionadas, foi mandado para o Hospital das Clínicas de Teresópolis. E lá, finalmente, reencontrou a filha Letícia.
Edmar recebeu a proposta de ir para um abrigo em uma igreja evangélica, no Centro de Teresópolis, mas recusou. Tinha como meta melhorar de saúde e partir em busca das filhas e de uma nova vida, ao lado delas.
— Tinha o sonho de erguer uma casa grande em Santa Rosa, perto da lavoura onde trabalho. A casa foi embora, e minha mulher era tudo na minha vida. A gente era uma equipe. Mas eu e minhas filhas vamos começar do zero, com fé em Deus — diz o lavrador.
Pai e filha estão em duas alas diferentes do hospital. Edmar deve receber alta amanhã ou quinta-feira. Já Letícia deve ficar mais alguns dias internada. Ela teve uma costela e um lado da face quebrados. O desejo dela é sair do hospital de braços dados com o pai.
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