Se as fachadas de vidro são muitas vezes inviáveis em países tropicais como o Brasil, em países de clima frio, como a Holanda, as superfícies envidraçadas podem significar um ganho de calor muito bem vindo. Sorte deles! Em casas como a Rieteiland House, em Amsterdã, ganham os moradores, com as vistas para o canal ao lado, e ganha a cidade, com a presença de uma obra que combina delicadeza e tecnologia.
Projetada e habitada por Hans van Heeswijk, a residência reúne uma série de soluções engenhosas, sendo que quase todos os móveis, louças de banheiro e armários foram desenhados pelo próprio arquiteto, que vive ali com sua família. Por ser totalmente aberta, sem paredes por fora e (poucas) por dentro, a morada lembra uma casa de bonecas, com todos os cômodos visíveis de qualquer parte.
No centro da casa, um vão chamado de “caixa mágica” pelo arquiteto, reúne os principais nichos e espaços dedicados a serviço, como closets e ambientes ditos molhados. Um exemplo das engenhosidades está no banheiro: quem troca de roupa ali pode lançá-la em um tubo que a leva diretamente para a máquina de lavar, localizada na lavanderia, dois pisos abaixo. Depois de lavada e passada, a roupa sobe para o vestíbulo por um pequeno elevador. Além disso, o núcleo está distribuído de forma a duplicar o pé-direito da sala de jantar, de um dos livings e da suíte máster.
A fachada de entrada da casa é revestida com painéis de alumínio perfurado, enquanto a face traseira é totalmente envidraçada, de modo que os moradores podem assistir ao pôr do sol. Alguns dos painéis frontais, porém, podem ser abertos automaticamente para permitir a entrada de luz. Já a fachada voltada para o canal é completamente aberta.
Vidro, aço, concreto e madeira compõem um volume iluminado, dia ou noite, que se abre para a cidade e expõe, sem medo, a rotina dos moradores.
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