O técnico em química Washington Paula Ribeiro, 38, acusado de matar com ácido sulfúrico o gerente Mateus Henrique de Andrade, 24, seu amigo, foi condenado a 18 anos de prisão, em regime fechado crime de homicídio duplamente qualificado. A sessão de julgamento, presidida pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, foi realizada no I Tribunal do Júri da capital e durou quase 12 horas. O crime ocorreu em abril do ano passado, no bairro União, na região Nordeste de Belo Horizonte e desde então, o químico, réu confesso, aguardava o júri em liberdade.
Apenas três foram ouvidas, sendo duas de acusação e a comum ao Ministério Público e defesa. A primeira testemunha era um amigo da vítima e conhecido do réu e presenciou os fatos. Ele disse que a Mateus Henrique pediu emprestado o carro da mãe da testemunha, que seguiu com ele no banco do carona. No caminho encontrou com o químico que portava uma garrafa contendo ácido. Segundo a testemunha, a vítima resolveu oferecer carona para Washington, que aceitou. De acordo com o depoimento, o réu, ao chegar ao destino, jogou o ácido na cabeça da vítima, dizendo "Isso aqui é para você". A segunda testemunha ouvida foi a ex-namorada do químico. Ela disse que pretendia casar-se com Washington , o que não ocorreu, segundo ela, por problemas financeiros. De acordo com o depoimento, o réu trabalhava em sociedade com um parente da vítima e acreditava estar sendo enganado por ele. A terceira pessoa a ser ouvida foi o sócio do réu. Por ser casado com a tia da vítima, ele depôs como informante. Ele afirmou que tinha uma empresa em sociedade com o químico, ainda não consolidada, para desenvolver peças de poliuretano, material utilizado para fabricar esponjas, resinas e borrachas. Informou que resolveu abrir a empresa com Washington Paula para ajudá-lo, pois quando o conheceu, o réu estava passando por necessidades. Declarou também que o químico o convenceu da viabilidade do projeto. Em seu interrogatório, o químico assumiu o crime, mas disse que não tinha intenção de matar a vítima. Afirmou que agiu dessa forma por se sentir lesado pelo sócio. Disse que foi surpreendido ao ver os frutos do seu trabalho serem tomados pelo seu sócio e a vítima e, ainda, que estava sendo humilhado por toda a família da vítima. Assegurou que seu sócio não lhe prestava contas nem partilhava os lucros da empresa montada em sociedade. Declarou que no dia dos fatos, comprou o ácido em virtude de seu trabalho na empresa. Informou também que sentiu "um tom de deboche" na carona oferecida pela vítima. Washington Paula saiu preso do Tribunal do Júri.
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