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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Faap abre sindicância para apurar briga entre professora e aluna

A Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), uma das faculdades mais caras e tradicionais de São Paulo, divulgou nesta quinta-feira (26) que abriu uma sindicância administrativa para apurar se uma aluna e uma professora brigaram dentro de uma sala de aula.

A estudante, que tem 21 anos e prefere não se identificar, cursa o 6º semestre de direito e diz ter sido agredida verbalmente pela professora. Na confusão, afirma a jovem, acabou ferida também fisicamente. O desentendimento, segundo a aluna, ocorreu por causa de um telefone celular durante a aplicação de uma prova na manhã de segunda-feira (23). A docente desconfiou que a estudante "colava" por meio do celular.

A faculdade é conhecida pelo alto valor dos cursos. A mensalidade do curso de direito custa R$ 2.490.
A estudante contou que estava fazendo uma prova com o celular ao lado quando foi interpelada pela professora. Segundo a jovem, a professora ordenou que ela se levantasse. Quando a estudante ficou de pé, segundo ela, a professora pegou seu aparelho celular, que é um blackberry, e começou a mexer nele, olhando seus arquivos. “Disse que ela não tinha direito de ficar mexendo no meu telefone. Ela me mandou calar a boca e sair da sala”, relatou a aluna, que afirmou não ter deixado a sala. A universitária contou ainda que tentou pegar o telefone que estava na mão da professora. Segundo a jovem, a partir deste momento, ela e a professora ficaram disputando o aparelho, cada uma puxando o objeto de um lado. ”Elas ficaram meio que num cabo de guerra”, contou uma outra estudante de 20 anos, que disse que estava na sala no momento da confusão. Ela também não quis ser identificada.

De acordo com a universitária que se coloca como vítima na confusão, a professora acabou arranhando seu braço. Ela também relatou ter se desequilibrado e caído em cima de uma cadeira, machucando o joelho.

Em nota, a faculdade disse que “a fim de evitar exposição desnecessária, irá se pronunciar sobre os fatos somente quando tiver a conclusão do caso e, consequentemente, a devida punição aos responsáveis”. O G1 pediu à faculdade para falar com a professora nesta quinta-feira, mas até o horário de publicação desta reportagem a assessoria disse que não havia localizado a docente.

'Cala boca'
A estudante que diz ter presenciado o fato relatou que depois da confusão o diretor da faculdade foi chamado até a sala e, enquanto ele não chegava, a aluna e a professora continuaram discutindo. “Não sei o que ela falou e a professora mandou ela calar a boca novamente e sentar. Ela disse ‘cala a boca você. Você não é ninguém para falar assim comigo’”, relatou a menina que disse ter visto a confusão. “Ela sentou e a professora veio e provocou ‘O que é, você está tremendo, agora?’”, contou a testemunha.

Ainda segundo essa estudante de 20 anos, a professora afirmou para os alunos da sala que havia sido agredida pela garota durante a confusão pelo celular. "Mas isso não é verdade", opinou a estudante que disse ter presenciado o fato.

A estudante que afirma ter sido agredida contou que só saiu da sala acompanhada do diretor da faculdade e que nem terminou a prova. Ela afirmou ter pedido que a instituição de ensino tomasse providências porque essa professora, segundo ela, sempre teve problemas de desentendimento com os alunos. A jovem disse ao G1 que não registrou o caso na polícia porque estava esperando um posicionamento da faculdade. Ela afirmou ainda que pensa em processar a instituição de ensino caso a entidade não tome uma providência em relação à professora. A garota disse que entende "que não poderia ficar com celular ali", mas afirmou que costuma deixar o aparelho no vibracall porque seus pais moram em Brasília e ela teme que eles precisem falar com ela com urgência e não consigam.

Um outro estudante de 23 anos que estuda com a mesma professora disse que a docente sempre teve problemas no relacionamento com os alunos. "Nunca soube de algo desse tipo, mas bate-boca entre ela e estudantes é constante", afirmou ele, que disse ter sabido da confusão, mas não presenciou o fato. Segundo os três estudantes entrevistados, foi feito um abaixo-assinado com cerca de cem assinaturas pedindo a demissão da professora.

Procurado pelo G1, o Diretório Acadêmico do curso de direito informou ter se reunido na manhã da quinta-feira para discutir a questão. A reportagem tentou falar com o diretório várias vezes no início da tarde, mas o telefone estava ocupado.

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