Professoras grávidas continuam trabalhando nas escolas de Betim

Mesmo diante da determinação da Secretaria de Saúde de afastar as professoras e servidoras grávidas, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG) denuncia que, em Betim e outros municípios mineiros, as servidoras da educação que estão esperando bebê continuam trabalhando normalmente.
A recomendação se deve ao fato de que as mulheres nessas condições são mais vulneráveis ao vírus Influenza A (H1N1), responsável pela transmissão da gripe suína. Uma professora da Escola Municipal José Vilaça Guimarães, no bairro Citrolândia, que não quis se identificar, disse a O TEMPO Online que foi enviado à escola onde trabalha um fax informando que as gestantes que queiram se afastar das atividades por causa da gripe suína teriam que procurar um médico, particular ou da rede municipal, e pedir um atestado com o período de afastamento e o motivo.
Segundo a servidora, ela chegou a procurar um médico e pegou o documento, porém, não chegou a apresentá-lo. "Assim como a maioria das professoras grávidas, estamos com medo de entregar o atestado, pois, se passar de 60 dias, perdemos o nosso direito a férias. Fui informada pela Secretaria de Educação de Betim que isso não aconteceria, pois o atestado não seria registrado na secretaria, porém não há nenhum documento que nos assegure isso", disse a professora.
"A Prefeitura de Betim não está assumindo como política de prevenção o afastamento das gestantes das escolas municipais, mesmo sabendo que elas são mais vulneráveis ao vírus Influenza A", afirma Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sind-Ute na cidade. Segundo a coordenadora, as aulas no município recomeçaram no dia 10 de agosto, uma semana depois do que era previsto no calendário escolar, com a promessa de realizarem curso de capacitação de todos os professores sobre a doença.
Entretanto, até hoje nenhum servidor havia participado dessa palestra. "Além disso, em reunião realizada no dia 31 de julho, os kits de prevenção, constituídos de álcool gel e papel toalha, entre outros produtos, deveriam estar nas escolas no início das aulas, mas não foi isso que aconteceu", disse Beatriz, acrescentando que os kits começaram a ser distribuídos a pouco tempo e que não chegaram em todas as escolas. "Queremos que a secretaria de educação dê suporte para que as escolas possam funcionar com segurança", finalizou.
Em nota, a Secretaria de Educação de Betim informou que os kits de prevenção (álcool gel, sabonete líquido e papel toalha) já estão sendo distribuídos nas 67 escolas da rede municipal e nas 72 creches da cidade. Segundo a nota, cada kit é suficiente para atender cada escola por aproximadamante um mês. Sobre o afastamento das gestantes, a secretaria confirmou que cabe a cada gestante procurar um médico e solicitar o atestado, desde que nele conste o motivo e o período da ausência. Porém, nada foi citado sobre a possibilidade das servidoras perderem o período de férias por causa do atestado.
Aluno com suspeita de gripe suína é afastado da escola
Em Betim, na Vila Bemge, região do bairro Teresópolis, um aluno da Escola Municipal Bento Machado Ribeiro foi afastado no dia 11 de agosto da escola com suspeita de gripe suína. De acordo com Beatriz Cerqueira, a suspeita foi descoberta na última semana e somente nesta segunda a Prefeitura de Betim comunicou a suspeita à comunidade escolar. A Secretaria de Educação informou em nota que a criança ficou internada no hospital Eduardo de Menezes e encontra-se em casa, onde cumpre o prazo de isolamento recomendado pela Vigilância sanitária.
A Secretaria de Educação informou em nota que a criança ficou internada no hospital Eduardo de Menezes e encontra-se em casa, onde cumpre o prazo de isolamento recomendado pela Vigilância sanitária. Ainda de acordo com a nota, assim que foi notificada sobre a suspeita, a secretaria e a Superintendência de Vigilância à Saúde adotaram os procedimentos preventivos e foi descartada a possibilidade de surto da nova gripe na escola.
Grávidas são remanejadas em escolas de Ibirité
Em Ibirité, na Grande Belo Horizonte, a Secretaria de Educação determinou que todas as professoras grávidas fossem retiradas das salas de aula e reaproveitadas em outros setores dentro da escola.
A reportagem do O TEMPO online procurou escolas da cidade, que foram orientadas a não comentar o assunto. O Sind-Ute em Ibirité disse que desconhece o assunto.