A mulher que era mantida refém há cerca de 19 horas pelo ex-marido em Araçatuba, a 527 km de São Paulo, foi libertada por volta das 8h15 desta quinta-feira (2). Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais de São Paulo (Gate) atiraram no homem, um ex-guarda municipal, e invadiram o local. A mulher foi retirada e levada para uma ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). De acordo com a PM, ela não foi ferida.
De acordo com o Gate, o homem foi baleado na cabeça. Ele foi socorrido para a Santa Casa da cidade, onde chegou com vida. Até as 9h desta quinta ainda não havia informações sobre seu estado de saúde.
Ainda segundo o Gate, após o disparo os policiais arrombaram a porta, retiraram a arma das mãos do homem, que ainda a segurava, e equipes do Samu fizeram o resgate. Em seguida, a mulher foi libertada. Muito abalada, ela também foi encaminhada para um hospital.
Segundo informações do Gate, o homem havia jogado mais gasolina no cômodo em que estava, e afirmou que iria incendiar o local. O nível de estresse dele havia aumentado, dando indícios de que ele iria tomar uma atitude drástica em relação à refém. Por isso, os policiais atiraram para rendê-lo e libertar a mulher.
De acordo com o capitão Adriano Giovannini, negociador do Gate, havia disposição do ex-marido em matar a mulher. “Eu acredito nisso, até porque em vários momentos ele deixou transparecer isso. Ele deixava bem categórico a posição de não libertar a ex-esposa”, explicou ele, que também atuou como negociador no caso do sequestro da estudante Eloá Pimentel, que morreu após ser baleada por seu sequestrador e ex-namorado, Lindemberg Alves.
De acordo com Giovanni, uma mudança na postura do suspeito levou a polícia a agir nesta manhã. “Apesar de os dois estarem no mesmo cômodo, eles estavam separados. Ele não dormiu em nenhum momento, isso deve ter deixado ele tenso. Hoje de manhã ele acabou pegando a ex-esposa e servindo como escudo logo pela manhã, e permaneceu abraçado com ela”, explicou.
Invasão a clínica
A mulher foi rendida por volta das 11h de quarta-feira (1º). De acordo com testemunhas, o homem chegou com uma mochila, entrou na clínica odontológica municipal onde ela trabalha e foi ao consultório número 1, onde a mulher estava sozinha, limpando o local. Assustadas, três colegas de trabalho da vítima se trancaram em outra sala e chamaram um dos dentistas que trabalha no local e que havia acabado de sair para o almoço.
A mulher foi rendida por volta das 11h de quarta-feira (1º). De acordo com testemunhas, o homem chegou com uma mochila, entrou na clínica odontológica municipal onde ela trabalha e foi ao consultório número 1, onde a mulher estava sozinha, limpando o local. Assustadas, três colegas de trabalho da vítima se trancaram em outra sala e chamaram um dos dentistas que trabalha no local e que havia acabado de sair para o almoço.
Durante a noite, a PM informou que foi possível perceber, por meio de contato visual, que a mulher passava bem, assim como o homem que invadiu o prédio e a mantinha sob a mira de um revólver.
Familiares do ex-casal foram chamados para o local. Centenas de curiosos também acompanharam durante a madrugada o trabalho da polícia. O homem estava armado com um revólver e mantinha em poder dele duas garrafas pet com gasolina. Ele ameaçava atear fogo na clínica. O ex-guarda municipal espalhou o combustível pelo consultório por pelo menos duas vezes.
Na hora em que o homem invadiu o local, um dentista ainda falou com o acusado, que já havia trancado a porta e colocado um armário para impedir a passagem. Os funcionários acionaram a Polícia Militar que isolou o local. De acordo com policiais, por muitas vezes, o acusado chegou a encostar a arma na cabeça na ex-mulher. Ele também teria ameaçado atirar nela e depois se matar.
Policiais do Gate chegaram de avião em Araçatuba por volta das 17h. Eles foram direto para a clínica e fizeram um levantamento detalhado da área, com a medição de portas, janelas e paredes.
De acordo com policiais, o homem não fez nenhuma reivindicação. Ele apenas teria pedido para que a ex-mulher confessasse uma suposta traição. Os dois moraram juntos durante 16 anos. O casal se separou há quatro meses, de acordo com a mãe da refém. Desde a separação, começaram as brigas, conforme familiares. Márcia chegou a registrar boletins de ocorrência de ameaça contra o ex-marido. A Justiça expediu recentemente uma medida protetiva, por meio da qual ele ficou proibido de chegar a menos de 200 metros da ex-mulher.
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