A coordenadora de uma escola municipal de Serra, na região metropolitana de Vitória, pediu para uma aluna de 20 anos sair da sala e trocar um short curto que usava por uma bermuda. A discussão terminou em briga.
“Aí ela começou a me agredir. Rasgou minha blusa, quebrou meu cordão. Passou as unhas em mim", diz Rita Cacer, coordenadora da escola.
"Não agredi ela, simplesmente fiquei chateada porque ela rasgou minha bolsa e me arranhou aqui, peguei pela blusa dela e puxei", declara Raquel Ramos, aluna.
O caso foi parar na delegacia. Nesta sexta-feira as duas voltam às atividades na escola normalmente.
Em Caraguatabuba, litoral norte de São Paulo, os alunos ainda se lembram da crise nervosa do professor de geografia na terça-feira. Uma das estudantes gravou com o celular o momento da gritaria.
- “Eu tô de saco cheio dessa escola. Eu tô de saco cheio de vocês!”, gritou o professor.
Segundo os alunos, uma professora tentou acalmar o colega, mas foi agredida.
- “Eu tô de saco cheio da senhora. De tudo o quê a senhora me aprontou! Eu tô doente!”, disse ele.
- “Ele acabou de jogar a professora no chão”, diz a aluna.
O professor Sérgio de Lima dava aula numa escola estadual há pouco mais de dois anos. Os alunos contam que ele tinha temperamento instável. “Tava legal, ai de repente alguém falava alguma coisa que ele não gostava e ele estourava, ficava nervoso”.
Depois do que aconteceu na escola, o professor procurou ajuda jurídica, alegando ter sofrido assédio moral. Ele também disse que explodiu na sala de aula porque estava com depressão. “Eu ando muito deprimido, com pensamentos autodestrutivos, com transtorno de humor. Então essa agressividade do fato que aconteceu na terça-feira é resultante de tudo isso”, declara Sérgio Eduardo de Lima, professor.
O professor está em Ribeirão Preto e deve passar por um tratamento no núcleo de assédio moral e violência da USP. “Eu gostaria de dizer que nunca tive problemas com alunos, muito pelo contrário. Eu faço um excelente trabalho que não é reconhecido”, diz ele.
Alguns alunos defendem o professor e justificam o stress da função. "A maioria de aluno vai para atormentar professor, vai pra tirar paciência, aí acaba acontecendo isso”.
O Núcleo de Pesquisas de Assédio Moral e Violência ao Trabalhador, da USP de Ribeirão Preto, afirma que vai entrar em contato com a escola onde o professor Sergio dava aulas e acompanhar o caso no Ministério Público.
A secretaria estadual de Educação designou uma comissão para apurar o caso. Até lá o professor ficará afastado.
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