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quinta-feira, 25 de março de 2010

Adriano nega ter dado moto à mãe de traficante

Em depoimento à polícia nesta quinta-feira (25), o jogador Adriano negou ter presenteado Marlene Pereira de Souza, mãe do traficante Mica, com uma moto. De acordo com o delegado responsável pelo caso Jader Amaral, da 22ª DP (Penha), o craque disse que só tomou conhecimento dos fatos pela imprensa.

Adriano admitiu que o amigo Marcos José de Oliveira comprou duas motos a seu pedido. No entanto, o atacante revelou que uma moto seria para ficar em seu nome e a outra deveria ser registrada em nome de Marcos.

As motos avaliadas em R$ 35 mil cada foram adquiridas em 2008, em uma concessionária em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio. Após a compra, as motos foram levadas para a casa de Marcos, na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio, local onde o craque nasceu e foi criado. Amigo tem três anotações criminais
O jogador relatou aos agentes que conhece Marcos desde a infância e que tinha plena confiança no amigo, já que ambos foram criados na mesma comunidade. Mas, segundo o delegado, Adriano encerrou a amizade com Marcos em 2009, ao descobrir que o então amigo tinha vendido as motos sem sua autorização. O atacante do Flamengo frisou em seu depoimento que não assinou nenhum documento de transferência e nem de venda dos veículos. Por conta disso, o jogador registrou no ano passado uma queixa por furto e apropriação indébita, na Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). A polícia informou que Marcos tem três anotações criminais e foi condenado a um ano e quatro meses pelos delitos de furto, porte ilegal de arma e por dirigir sem habilitação. O delegado Jader Amaral não soube dizer se ele chegou a cumprir a pena. Na quarta-feira (24), Marcos alegou em seu depoimento não saber como a moto foi registrada no nome da mãe de Mica. Ele contou que entregou os documentos necessários para o emplacamento dos veículos a um despachante identificado apenas como Jorge. Marlene também não soube explicar à polícia como o veículo foi colocado em seu nome e se mostrou surpresa ao ver que uma assinatura com seu nome constava nos documentos de transferência e de venda da moto. Ela disse aos agentes que é analfabeta. Depoimento de Adriano foi satisfatório
O delegado Jader Amaral informou que está à procura do despachante Jorge para que ele explique quem entregou os documentos de Marlene e pediu que a moto fosse registrada no nome dela. Jader disse que Marcos deve ser convocado a depor novamente para esclarecer melhor a sua versão. Já o depoimento de Adriano foi considerado satisfatório pelo delegado. “A princípio eu estou satisfeito com o depoimento do Adriano, mas vou pedir junto ao Detran todos os comprovantes dessas transações para investigar se houve fraude nas assinaturas”, disse o delegado.
Ele explicou ainda que, a princípio, o inquérito foi instaurado como crime de associação para o tráfico, mas, até o momento, as investigações não encontraram indícios desse tipo de delito, apenas de falsidade ideológica e apropriação indébita.

"Vamos continuar investigando para ver se o Mica ou algum outro traficante usou essas motos compradas pelo Adriano. Mas por enquanto não encontramos indícios disso, apenas de que pode ter acontecido falsificações de assinaturas e apropriação de bem de forma indevida", concluiu o delegado.
Adriano é ovacionado pelos torcedores
Cerca de uma hora e meia depois da sua chegada, Adriano deixou a 22ª DP (Penha) sob gritos de apoio de torcedores que o aguardavam no início da tarde desta quinta-feira (25). Ele foi ovacionado: "Uh, é Adriano!" e "Uh, é o Imperador".

Acompanhado de dois advogados, ele não falou com a imprensa na entrada, mas autografou a camisa de um torcedor, aluno de uma escola pública.
Craque e traficante estudaram juntos O advogado da mãe de Mica, Henrique Machado, disse que Adriano frequenta a casa de sua cliente desde criança. Segundo ele, o craque estudou com Mica e já foi visto algumas vezes em almoços na casa de Marlene. Segundo a polícia, Adriano confirmou em seu depoimento que foi amigo de Mica durante a infância. Mas que atualmente, não tem mais contato e apenas o cumprimentou algumas vezes quando esteve na Vila Cruzeiro.

Mica é apontado pela polícia como um dos chefes do tráfico da Favela da Chatuba e do conjunto de favelas da Vila Cruzeiro. Contra ele, há expedidos sete mandados de prisão.

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