Grávidas e crianças já podem se vacinar contra a gripe suína

A segunda etapa de vacinação contra a gripe suína começou nesta segunda-feira em todo o Brasil. A imunização contra a doença chega, agora, para gestantes, doentes crônicos e crianças entre 6 meses e dois anos. A estimativa da Secretaria Estadual de Saúde (SES) é que, até o dia 2 de abril (data final para a vacinação deste grupo), mais de 2 milhões de pessoas procurem uma das 370 unidades de saúde de Minas. A imunização é uma estratégia do Ministério da Saúde para diminuir o número de casos mais avançados da doença e de mortes ocasionadas pela Influenza A H1N1. Profissionais da área da saúde e indígenas foram vacinados entre 8 e 19 de março."A vacina está centralizada neste momento em evitar óbito e a forma mais grave da doença. O vírus vai continuar circulando, mas vamos proteger quem tem mais chance de ter o caso grave", explica a coordenadora de imunização da SES, Tânia Brant. De acordo com a especialista, todo mundo que se encaixa no grupo considerado prioritário deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde da cidade onde mora para se informar em qual unidade será vacinado. As únicas pessoas que não devem ser vacinadas são as alérgicas a ovo, já que a vacina tem esse componente. Além disso, aqueles que estiverem com alguma doença aguda grave e febre devem procurar um médico antes de receberem a vacinação. As reações adversas podem ocorrer em um prazo de aproximadamente 72 horas. Dentre elas estão a dor no local de aplicação, mal-estar, dor de cabeça e muscular, febre e sensação de desânimo. Sintomas leves perto das exageradas doenças que estão sendo divulgadas pela internet como consequência da vacinação. Segundo Tânia, as especulações em relação aos riscos da vacina são equivocadas, já que não há comprovação de que ela cause qualquer reação adversa mais grave. "A vacina é semelhante a que aplicamos contra a gripe sazonal há 12 anos", justifica.Um dos boatos que circulam na web defende um aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré em pessoas que já se vacinaram. A doença afeta nervos responsáveis pela função motora, impedindo a locomoção. De acordo com o médico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás, trata-se de mais um mito divulgado na rede. "O índice da síndrome se manteve, não houve aumento dos casos por causa da vacinação", afirma. Outro medo que algumas pessoas têm é de pegarem a gripe após serem vacinadas. Esse risco também é descartado já que a vacina é feita com o vírus morto.A infectologista que representa a Associação Médica de Minas Gerais no Comitê de Enfrentamento à gripe suína da SES, Tânia Marcial, explica que todas as vacinas possuem algum tipo de efeito. No entanto, os benefícios da imunização são sempre maiores. "Toda vacina em massa tem um efeito colateral em algumas pessoas. Mas a relação risco/ benefício é sempre positiva", alerta.