Foi preso na manhã desta terça-feira (12) um empresário do ramo farmacêutico durante uma operação conjunta do Ministério Público, das polícias Militar e Civil, da Anvisa e do Ministério da Justiça. O presidente da empresa foi detido em um apartamento de luxo no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
De acordo com a polícia, o imóvel, um triplex, está avaliado em R$ 6 milhões. No local foram encontrados 112 mil euros, 30 mil dólares, um revólver e um comprovante de contas no exterior. O homem foi levado para o Ceresp do bairro Gameleira e pode responder pelos crimes de formação de cartel, falsificação de remédios, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção.
Um outro mandado de prisão foi cumprido em um apartamento do Belvedere, onde mora o químico-farmacêutico e sócio da empresa. Ainda não há informações se ele já foi detido. A sede do laboratório da empresa, em Sabará, e outros pontos da capital também foram alvos da operação.
Investigações
Segundo o MP, as investigações da operação, intitulada "Panaceia", começaram há cerca de um ano, após cinco pessoas terem morrido depois de ingerirem medicamentos fabricados pela empresa. Outras duas empresas do mesmo grupo também estão sendo investigadas.
O objetivo é desvendar a possível existência de uma organização criminosa voltada para a prática de crimes de sonegação fiscal, formação de cartel, fraude à licitação, entre outros.
O grupo econômico investigado participa de licitações por intermédio dessas três empresas, muitas vezes de forma simultânea. O fato levantou a suspeita de fraude em algumas das concorrências vencidas. Em relação a um medicamento de uma das empresas, foi apurado que o preço da venda no atacado é de R$ 6, e no varejo o preço médio é de R$ 130. Essa diferença seria um indício de subfaturamento de grandes proporções, pois a tributação se dá sobre o preço original de venda.
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