A Igreja Universal do Reino de Deus terá que pagar R$ 20 mil a uma mulher que alega ter sido coagida pela igreja a fazer doações mediante a promessa de que seria curada por Deus.
De acordo com informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, na ação, a fiel, que sofre de Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), informou que decidiu procurar a instituição quando estava passando por uma crise conjugal e começou a frequentar os cultos diariamente acreditando na igreja, que dizia que ela teria curas divinas. Alegando persuasão, ela disse que chegou a penhorar joias e vender bens para doar a instituição e conseguir o que queria.
Segundo o TJ, depoimentos e declarações de Imposto de Renda demonstram que a mulher teve redução de R$ 292 mil em bens e direitos no patrimônio no período em que ela frequentou a Igreja Universal do Reino de Deus. Conforme o TJ, não é possível confirmar que toda a redução aconteceu por conta de doações, mas, apesar da separação entre Estado e igreja, os "atos praticados pela Igreja não estão imunes ou isentos do controle jurisdicional".
Na decisão, a desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, afirma que "ficou claramente demonstrada a vulnerabilidade psicológica e emocional da ré, criando um contexto de fragilidade que favoreceu a cooptação da vontade pelo discurso religioso. Segundo consta, a autora sofreu coação moral da Igreja que, mediante atuação de seus prepostos, desafiava os fieis a fazerem doações, fazia promessa de graças divinas, e ameaçava-lhes de sofrer mal injusto caso não o fizessem".
A Igreja Universal ainda pode recorrer.
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