O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, disse em seu depoimento no Fórum de Contagem no final da manhã desta sexta-feira (12) que o chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil, o delegado Edson Moreira, cobrou R$ 2 milhões para inocentar ele e o goleiro Bruno Fernandes no inquérito que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Bola disse que Edson falou para ele pedir o dinheiro ao seu “patrão”, referindo-se ao goleiro Bruno Fernandes.
A denúncia já havia sido feita pelo advogado de Bola, Zanone Júnior, na última quarta-feira (10). “Segundo meu cliente, o delegado Edson Moreira pediu para ele intermediar junto ao Bruno o pagamento de R$ 2 milhões de reais para que ele fosse liberado. Inclusive, ele teria feito esse pedido diretamente ao Bruno”, afirmou Zanone.
Inimigos
Bola afirmou que é inimigo de Edson Moreira. Conforme relato feito em juízo, ele entrou para a Polícia Civil em 1990 e disse que nessa época Moreira falava que era do 1º Batalhão de Polícia de Choque Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (Rota), que atua em São Paulo.
Bola, no entanto, alega que o delegado mentiu e, por esta razão, os dois se tornaram inimigos desde aquela época. Ele afirmou ainda que Edson Moreira foi professor dele na academia de polícia.
Sobre a prisão, Bola acusou Moreira de ameaça-lo. Segundo o relato, ele teria dito que iria coloca-lo no pau de arara e feito tortura psicológica. Ainda segundo o depoimento do ex-policial, o delegado teria questionado se ele tinha uma filha residente em São Paulo. Ao responder que sim, Moreira teria questionado: “Já pensou em ver sua filha retalhada da mesma forma como você fez com a Eliza Samudio?”.
Antes de começar o depoimento, Bola afirmou que irá responder apenas às perguntas feitas pelo seu advogado.
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