A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia legislativa de Minas Gerais vai acionar o Estado para dar proteção ao ex-vereador Sérgio Balbino (PRTB), que diz estar sendo ameaçado de morte depois de denunciar um suposto esquema de corrupção na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Também pede ao Ministério Público a quebra do sigilo do inquérito que investiga se houve pagamento de propina a vereadores para aprovação do projeto que permitiu a construção do Boulevard Shopping, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste. As medidas constam de requerimentos aprovados quarta-feira, na reunião em que Balbino reafirmou as denúncias e disse correr risco de morrer. A investigação do caso está sendo feita pelo promotor do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno, que está ouvindo os envolvidos. Conforme denunciou Balbino, os responsáveis pela construção do shopping teriam pago R$ 300 mil a um grupo de vereadores para agilizar a liberação do projeto, aprovado em tempo recorde na Câmara. De acordo com o ex-vereador, o empresário Nelson Rigoto teria confirmado a negociata ao MP. Balbino diz estar sendo ameaçado de morte por telefonemas anônimos e temer ser vítima de um atentado. “Já fiz o meu papel de denunciar a corrupção na Câmara, agora preciso que me deem retaguarda. Se um cara me esbarrar na moto e eu morrer amanhã, como vou provar que não foi acidente?”, disse. O ex-vereador afirmou que o promotor lhe teria dito que o empresário confirmou as denúncias, por isso pediu a abertura do depoimento. “Trata-se de um crime público cometido por pessoas públicas e eu me tornei a vítima, estou nas mãos dessas pessoas capazes de tudo. À medida que o promotor não tornou público o depoimento estou me passando por mentiroso”, disse. Prioridade Conforme aprovado na reunião, as notas taquigráficas do encontro alertando para as ameaças sofridas por Balbino serão encaminhadas a Eduardo Nepomuceno e ao secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos. A comissão, no entanto, não tem poder de obrigar o estado a tomar qualquer medida. De acordo com a Secretaria de Defesa Social, o ofício pedindo proteção ainda não havia chegado às mãos do secretário até o fechamento desta edição. Já o promotor afirmou que não pretende quebrar o sigilo das investigações, para as quais está dando com prioridade. “A partir do momento que eu concluir a investigação esse sigilo acaba”, afirmou. Na fase atual, segundo o promotor, não seria interessante para as investigações nem para Balbino a publicidade das informações. Nepomuceno também nega ter revelado ao ex-vereador o teor do depoimento do empresário. “O inquérito envolve questões de sigilo garantido pela constituição”, disse.
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